terça-feira, 10 de abril de 2012

A Metáfora das Pedras

Quem somos nós, pedras: de onde viemos?
Que fazemos aqui? Para onde vamos?
Somos raios de luz petrificados,
pedaços de estelares energias,
partículas viandante do Universo.
Somos mais do que mostramos na aparência.
Somos o ontem, o hoje e o amanhã.
Somos a parte e o todo misturados,
desde sempre existentes no Mistério.
Ao mesmo tempo simples e complexas,
ao mesmo tempo livres e escravas
das forças naturais que nos forjaram,
somos mais do que pedras, somos símbolos dos seres do Universo, multiformes.
Já frágeis se isoladas, se distantes,
se juntas somos fortes - alicerces,
paredes, monumentos, catedrais, estátuas, mausoléus, armas, adornos - depende da intenção que nos dirige.
Iguais só na ilusão do nome - "pedras" somos únicas, todas diferentes: qual na forma ou tamanho, qual na cor, qual na lisa ou rugosa superfície, qual no peso ou no brilho, qual nas manchas, desenhos, saliências, reentrâncias...
Ninguém que nos pesquise saberá a nossa história reconstituir; no máximo que diga faltará menção de essências, fontes, e raízes ocultas nos arcanos do infinito
- presenças invisíveis de águas, nuvens, estrelas, meteoros, folhas, ventos, areias, bichos, flores, líquens, musgos - que tudo que nos toca nos conforma, em nós se entranha e de algum modo existe.
Do Tempo somos rostos desiguais:
instantes sem limites conhecidos,
metáfora do todo - tudo e nada.
Deodato Rivera

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